terça-feira, 17 de novembro de 2009

Os flandres, os moinhos de vento e a titularidade


Nos últimos dias, tenho me dedicado a encontrar poesia nas folhas de flandres e isso significa para mim um exercício muito difícil de introspecção - pensar mais,falar menos e projetar a seta.
Nesses termos as metáforas tornaram-se a minha companhia de viagem.
Tenho me lembrado muito de uma seção dedicada à guerra em um Museu que conheci em Veneza. As armaduras de prata reluzentes colocadas alí naquela sala me provocaram, na ocasião, horror e fascínio. Confesso que preferi vê-las despossuidas das almas em guerra. Mas como eram lindas aquelas couraças! Vi arte nelas...
Voltando à minha batalha local, penso que ante ao risco provocado pelo sonho primaveril ou ousado de titularidades em terra alheia, vestirei minha couraça de flandres e sairei por ai. Não sei se o risco me colocará sob a proteção do ninho de flandres projetado por EVA ou diante dos moinhos de ventos ainda mais quixotescos.
No momento,o conhecimento (amado meu) me convida a seguir adiante. Qual Quixote amealhei meus pueris instrumentos de guerra e tomo a dignidade por fiel escudeira num tempo em que escudeiros de carne, osso e paixão tornaram-se mais e mais raros.

Espero encontrar no caminho o espírito redivivo de Cervantes entre os meus leitores, dado que ele, como eu, tinha inclinação natural à leitura. Ao ponto de dizer certa feita ser amigo "de ler até os papéis esfarrapados das ruas".

Sigamos pois, nesse percurso que ata em uma poesia inattendue : flandres, moinhos de ventos e titularidades...

Um comentário:

  1. ái mãe, que lindo!

    tantas imagens vieram na minha cabeça,
    umas novas e tantas de outros tempos.
    é tão bom partilhar contigo essas armaduras despossuídas e essas folhas flandres delicadas.

    tenho sorte.

    todo o meu carinho,
    a pi.

    ResponderExcluir